domingo, 30 de setembro de 2012

De volta ao trabalho!


Dói! Dói muito deixar o bebê em casa! A sensação de culpa é inevitável. Surgem tantas questões e a gente percebe o quanto é apaixonada, mais do que se pensava!
Eu precisei voltar ao trabalho uma semana antes do Dimitri completar dois meses. Voltei por necessidade e por entender que além de precisar amar, o bebê precisa morar, vestir, ter plano de saúde, brinquedos, fraldas, produtos de higiene e etc e etc...
Doeu mais do que eu imaginava, mas aos poucos a gente vai se ajeitando, cada dia é menos pior que o dia anterior. Pra mim não foi tão difícil porque não precisei ficar parece louca atrás de uma babá de confiança (muito importante!), pois, minha mãe resolveu ficar (o que ela mais queria na vida!). Além disso, meu marido também fica em casa pela parte da manhã (o que controla os mimos da avó). Maaaaas, mãe é mãe!
Hoje em dia a maioria das mães precisam deixar suas crias em casa e saem para trabalhar, aliás, por essa razão tantos livros têm sido escritos para tentar ajudar as mães a criarem filhos mais independentes, já pensando nisso (assunto para outro post!). Por essa razão, resolvi compartilhar meus sentimentos na primeira semana de trabalho.

1º dia - O pior de todos
Lágrimas nos olhos. Juro que pensei em desistir, em voltar atrás e a todo momento eu pensava: isso não é justo com nenhuma mãe! Mas segui ir em frente! Ficava olhando a foto do Dimitri no celular e tentava controlar a vontade de chorar. Cheguei no trabalho com aquela sensação de primeiro dia na escola: vontade de ir pra casa! O chefe, muito compreensivo, com dois filhos para criar e mulher grávida novamente, resolveu permitir que eu só trabalhe meio expediente, por enquanto! Por essa razão, só liguei para casa 3 vezes durante a manhã.

2º dia - tentando me adaptar
É impossível não ter a sensação de que está se perdendo muitas coisas: sorrisos, carinho, choros, fraldas e tudo que vale a pena vivenciar!  Liguei pra casa apenas duas vezes e com as mesmas perguntas: ele está acordado? Dormiu bem? Mamou? Chorou? Brincou? Vou tentar sair cedo, chegar rápido, estar logo aí... dói muito, mas aos poucos a gente vai se readaptando

3º dia - tentando me concentrar
Nossa! Dá um ciúme horrível deixar alguém em casa cuidando do nosso bebê. Chegar em casa e ouvir as gracinhas dele contadas por outra pessoa é horrível, mesmo que essa pessoas seja a avó. Isso me fez confirmar que não importa quem fique com o seu filho, se é o pai, a avó ou uma tia... mãe é mãe.  Mas, apesar de tudo, tentei me concentrar no trabalho, lembrar que os filhos crescem e precisam de roupas novas.

4º dia - rezando para a semana acabar
E aos poucos a rotina nos vai dando segurança. Já consegui me focar mais no trabalho e tentar produzir o máximo possível em menos tempo. A dor no coração continua, mas aos poucos a gente se ajeita, a gente suporta.

5º dia - enfim, a semana acabou
Pareceu uma eternidade, mas passou. a sensação que ficou é a de dever cumprido. Sim! Aquela culpa de mãe, de ter que deixar o filho em casa e trabalhar vai dando lugar a uma sensação de segurança e orgulho. Orgulho de dar conta do recado. Pois, isso que é importante: continuar com a vida de antes, porém com o sentimento de plenitude que só a maternidade nos dá.

Para mim pode ter sido um pouco mais fácil por ter minha mãe por perto e ela cuidar do bebê enquanto eu saio para o trabalho, porém, nem todas têm essa sorte, por isso, destaco alguns pontos que considero importante para as mamães que irão passar por isso:

1. Quem vai ficar com o bebê.
Creio que isso é o mais importante. Se a você não confiar em quem vai ficar em casa, não adianta sair, pois você não vai conseguir fazer nada direito. Se você não conseguir alguém com disponibilidade dentro da sua própria família, é bom pedir indicações de pessoas de confiança e ainda assim pedir contatos de trabalhos anteriores. Outra opção é procurar agências que trabalhem com essas profissionais e, muito importante, converse bem sobre a forma como quer que seu filho seja cuidado e informe-se sobre os direitos trabalhistas.

2. Se o bebê só mama, tente organizar desde já os horários da mamada, pois, se você conseguir parar em casa  na hora do almoço, você pode amamentá-lo, claro, ainda assim será necessário tirar o leite para que ele tome enquanto você não chega.

3. Se organize.
Tente não contratar alguém tão próximo da data que você retornará ao trabalho. Isso é muito importante para que seu filho não estranhe. Além disso, é importante que você conviva com a babá para ter certeza que ela é a pessoa ideal para cuidar do seu filho.

4. Converse com o seu filho, mesmo achando que ele não vai entender nada, pois, esse diálogo vai ser importante para que você mesma se acostume com a ideia de distância.

5. Tenha em mente que se sentir culpada é inevitável. Por essa razão, tente pensar no seu lado profissional, relembrar seus planos e procurar oportunidades de aperfeiçoamento, isso vai lhe fazer bem.

6. E lembre-se que a lei permite que toda lactante tenha o direito de fazer duas pausas de 30 minutos para que possa amamentar, sendo que este tempo pode ser negociado em uma hora e escolhido pela mãe.

Por hora, foi isso que minha experiência me permitiu perceber, mas vamos continuar trocando figurinhas. Afinal, a maternidade é uma aventura cheia de grandes surpresas.