sexta-feira, 8 de março de 2013

Primeiros Dentes



Quanta baba, quanta dor, quantas dúvidas....primeiro filho, primeiros dentes e várias dúvidas.
Muitas mães se queixam que os filhos sofreram de febre, dor, falta de apetite e etc. outras dizem que os bebês não manifestaram nada disso.
Pois bem, meu filho também não teve febre, mas ficou um dengo só. O que mais me preocupou foi a falta de apetite, ficou 3 dias sem comer direito, só fazia mamar e eu, lógico que me desesperei. Por mais que nos digam, mãe sempre acha que bebê fofinho é bebê saudável, pois bem, por não ser fofinho, fiquei preocupada do Dimitri perder peso. Então foi necessário fazer várias tentativas para o menino comer o máximo possível.
Primeiramente, ele não queria que ninguém encostasse nada em sua boca. Creio que deveria doer e a gengiva estar super sensível. Solução, deixar ele comer sozinho! Sim, sem me preocupar com a  sujeira... Cozinhei os legumes de sempre e deixava ele comer. Cortava as frutas em pedaços grandes e ele comia, o que deu super certo com a pera.
Agora iniciamos os cuidados com os dentes, mesmo!
Enquanto estão só os primeiros da frente, basta passar, uma gaze ou fralda molhada com água filtrada nos dentes, e sempre que possível, passar a fraldinha na mamada da noite. Depois que despontarem os molares, é necessário usar a escovinha com creme dental.
Visitar o dentista é fundamental, e as consultas devem ser realizadas a cada 6 meses.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Consequências do Nana Nenê


De volta enquanto o bebê dorme... e agora com uma história que encontrei sobre o método Nana Nenê. Vale a pena ler!

Para todas essas pessoas que ainda acreditam que o método Nana Nenê funciona. Esta é a minha história: aos 8 anos me aplicaram o método Nana Nenê e agora, aos 23, percebi como isso foi responsável pelo meu difícil crescimento

15 anos depois do método Nana Nenê

Aos 8 anos eu era uma criança com problemas para dormir, é verdade. Eu precisava de uma pequena luz no quarto e a porta aberta. Com frequência eu ia ao quarto dos meus pais dizendo as clássicas palavras: “não consigo dormir”. Meus pais que, como todos, não nasceram sabendo ser os melhores pais do mundo, chegaram à conclusão de que, a princípio, aos 8 anos eu deveria poder dormir sozinha sem pedir ajuda nem levantar todas as noites assim que quiseram falar com um médico famoso naquele momento, um tal Estivill. Fomos ao seu consultório e pareceu que o método poderia funcionar: “durante um mês, fechem a porta, apaguem a luz e não permitam que ela venha a visitá-los à noite”. Cada semana que ela consiga dormir sem pedir “ajuda” ganhará um prêmio.

Pois bem. Na minha casa, meu pai era muito severo comigo e achava que eu estava tirando onda com a cara deles quando dizia que não tinha sono. Como se a preocupação de uma criança fosse atormentar seus pais todas as noites e impedir que dormissem. Claro, somos uns psicopatas, adoramos ver nossos pais sofrer.

Assim que, ao ver que na minha casa quando eu pedia ajuda para dormir para eles era um tormento para o meu pai, eu quis demontrar o contrário comportando-me muito bem e recebendo de suas mãos cada semana uma recompensa por ser uma boa menina e fazê-lo orgulhoso de mim. Eu necessitava a sua aprovação

Eu me obriguei cada noite a não ter medo do escuro nem da solidão. No início me custou muito, horas sem dormir com os olhos arregalados…às vezes caía na tentação de me levantar, ir à sala e perguntar: “se eu venho agora vale?”. Só fazia isso quando eu me sentia sozinha demais.  Sabia que iam dizer: “sim, sim, vale, volta para cama” mas para mim, vê-los era mais que suficiente para aguentar um tempinho mais sossegada na cama.

Passou um mês. Eu fiz muito bem. Tive um presentinho quase todas as semanas. Mas com um preço: eu passava a noite toda chorando (sem fazer barulho, para que meus pais pensassem que estava fazendo super bem) e pouco a pouco ia notando uma sensação estranha na barriga. Era como um vazio que eu não conseguia entender, mas que dia após dia eu temia mais. Tinha medo de ir para a cama e ter essa sensação na barriga, que às vezes me subia à cabeça, era muito difícil respirar e até chegava a ter vontade de vomitar.

Evidentemente, em casa eu não quería dizer nada, porque estavam super felizes comigo sabendo que finalmente eu dormia a noite toda como um anjinho, não lhes fazia nenhuma visita e (milagre!) deixei de ter pesadelos! Sim, sim, desde o método Estivill que de manhã eu já não contava se dormia bem ou mal, se tinha tido pesadelos…ou se tinha sonhado uma coisa bonita. Eu deixei de contar os meus sonhos. Eu nem me lembro si tinha sonhos, mas sim me lembro que deixei de falar das minhas noites. Era uma coisa que só de pensar me dava uma coisa estranha no estômago. Foi um tabu para mim, não queria pensar naquilo.

Ao fim de alguns meses, o medo à sensação de vazio no estômago, à taquicardia (que àquelas alturas eu nem percebia por não saber o que era) e à vontade de vomitar começavam a anteceder ao acontecimento de ir para a cama. Primeiro começaram na hora do jantar, depois quando eu voltava do colégio, depois na hora do recreio na parte da tarde até que essa sensação que agora eu conheço pelo nome: “ansiedade”, começava logo após almoçar no colégio.

Os dias passaram de me divertir muito no colégio e acordar várias vezes à noite porque não podia dormir a:

-          Acordava, feliz porque faltava muito para a hora de dormir
-          Ia ao colégio, feliz porque faltava muito para a hora de dormir
-          Recreio da manhã, feliz porque faltava muito para a hora de dormir
-          Almoço: bom, chegava o ponto do meio do dia e faltava a metade do dia para ir dormir. Começava a ter medo de que me viesse a ansiedade porque fazia alguns dias que ela chegava depois do almoço
-          De tarde: não me concentrava nas aulas. Era muito difícil escutar quando eu tinha aquela sensação na barriga, às vezes eu pedia para ir ao banheiro quando era difícil respirar, mas não queria que ninguém soubesse e risse de mim, assim que eu dizia que tinha xixi.
-          De volta à casa: ansiedade total. Em pouco tempo eu ia jantar e dormir.
-          Jantar…assim que já não é necessário contar nada mais.
De noite eu dormia sim. Porque passava tanto estresse durante o dia que estava exausta a essas horas. Chorava meia hora ou uma hora e capotava.

Depois de alguns anos eu me acostumei à sensação e passou a ansiedade…menos quando tinha dormir na casa de alguma amiga ou ir a um acampamento. A tranquilidade de que na minha casa, PELO MENOS, eu sabia que meus pais estavam no quarto ao lado, mesmo que eu não pudesse vê-los, era algo que na casa de alguma amiga não existia. Eu tinha realmente pânico de dormir numa casa em que meus pais não estivessem no quarto ao lado. Evitava de todos os modos que meus amigos me convidassem para dormir nas suas casas ou acampamentos, simplesmente porque eu me sentia muito mal. De noite eu me levantava e vomitava no banheiro sem que ninguém soubesse, e se por acaso alguém percebesse eu dizia que tinha comido alguma coisa que me fez mal. Era algo que eu já tinha me acostumado. As pessoas  sabiam que eu ficava doente com facilidade. Era (até pouco tempo atrás) uma garota de saúde frágil, que por qualquer coisa não me sentia bem (às vezes nem eu percebia se era físico ou psicológico) fazia uma manha e ficava em casa. Era a única maneira dos meus pais se preocuparem por mim. Eu adorava ficar em casa doente. Inclusive às vezes um dos meus pais ficava em casa para cuidar de mim. E o melhor de tudo: nessas noites me deixavam dormir com eles. Isso era para mim a autêntica felicidade. Não era de estranhar que eu tivesse dificuldade em me levantar para ir à escola sem inventar uma desculpa para sentir o amor dos meus pais. Mas bem, eu era uma menina responsável e sabia que não devia abusar. Mas pelo menos uma vez ao mês era batata! Como um relógio. Na minha casa ficaram preocupados porque viram que uma vez ao mês, sem falta, eu tinha dor de barriga, ou febre ou tinha dor de cabeça…pensaram que em pouco tempo eu teria as regras. Mas não tive até os 14. Um médico tirou um coelho da cartola dizendo que tinham encontrado uma bactéria no meu estômago chamada “helicobacter”. Eu fiquei super feliz! Meus pais não perceberam que eu fazia um teatro e pude continuar fingindo ficar doente uma vez ao mês.

Aos 14 anos eu comecei a me sentir muito diferente dos adolescentes da minha idade. Eu tinha inveja daqueles que iam para as colônias de férias, parecia que eles se divertiam muito. Assim que tentei superar meu medo de dormir na casa de outras pessoas. A uma amiga de La Seu d’Urgell disse que podia ir 4 dias a sua casa. Eu adorava La Seu d’Urgell (tanto que penso morar lá quando terminar a universidade) e era um bom lugar para sentir-me relaxada e desfrutar 4 dias.

A primeira noite foi um desastre. Com 14 anos, meu Deus, que vergonha eu tinha! Com 14 anos chorando silenciosamente pela ansiedade. Graças a Deus, não vomitei. Isso teria acabado de me derrotar psicologicamente. Com 14 anos, chorando como uma criancinha porque meus pais não estavam no quarto ao lado. Eu tinha nojo de mim mesma. E quando eu tivesse um namorado? Eu já tinha me interessado por alguns rapazes mas…nunca poderia dormir na sua casa? Ele teria vergonha de ter uma namorada como eu! Uma chorona!

No dia seguinte eu me fingi de doente (para variar) para que meus pais viessem me buscar. Cheguei a Barcelona outra vez e me senti em casa. Mas essa noite aconteceu o que eu mais temia. Voltei a ter ansiedade na minha própria casa. Passei uma semana voltando aos 8 anos. Mas a diferença é que eu já sabia o que eu tinha: era ansiedade, que era algo como estar louca, algo parecido.  As pessoas que tinham ansiedade iam ver médicos de loucos. Mas com certeza pessoas normais tinham ansiedade por coisas normais, como se morreu alguém da familia, sei lá! E não porque era hora dormir, pelo amor de Deus!

Comecei a me sentir mal comigo mesma. Não suportava mais ter medo de dormir com 14 anos, além do que, eu já não tinha superado isso?

Cada semana que passava era pior. Um dia eu me assustei tendo pensamentos suicidas e comecei a chorar na hora do jantar. Minha mãe pareceu reagir pela primeira vez e quis falar comigo a sós. Eu contei tudo morta de vergonha e ela me abraçou. Nós duas choramos. Ela me confessou que desde pequena ela me via sofrer e que tinha tido discussões muito fortes com meu pais já que ela queria me educar de outro modo. Não conto mais nada a respeito dos meus pais porque não é preciso, aqui só falo das minhas vivências.

O fato é que pedi para ir a um psicólogo. Pior do que era não poderia ficar. Enfim, quis o destino que eu fosse a uma psicóloga que não me ajudou em nada. Enfim, sim me ajudou. Ajudou na minha introversão. Desde então eu fui mais segura de mim mesma, não tinha tanto medo do que pensassem as pessoas, coisas assim…mas a ansiedade…terrível. A tática era a seguinte: aprender métodos de relaxação e de noite, provocar em mim a ansiedade para pô-los em prática.

Pois bem, relaxar era impossível. Cada dia eu pensava mais na ansiedade e passei de ter ansiedade cada noite a ter pensamentos obssessivos e ansiedade cada noite.

Os pensamentos obsessivos consistem em imaginar cenários e “o que aconteceria se fosse assim?”. Eu assistia o noticiário e via um homem que tinha ficado louco… “ Caramba, e se isso acontecesse comigo? Pois não está muito longe que isso passe comigo…já estou vendo um psicólogo…ai ai ai e se me acontecesse isso? Não pode ser! Já tenho ansiedade de novo!”.
Etc…

Decidi com minha mãe deixar o psicólogo porque estava ficando pior. Foi o pior mês da minha vida. Eu me lembro de um dia em particular: acabava de saber que a irmã de uma amiga tinha medo de sair de casa, ou seja, medo de lugares abertos. Fiquei super mal por ela, falei comigo mesma: “tem gente pior, viu?” Assim que me tranquilizei e cheguei em casa. Comecei a ver uma série. Minha mãe só chegava em casa às 19:30. Meu pai costumava chegar às 21:00 ou mais tarde.

Comecei a pensar na história da irmã da minha amiga “caramba, isso sim que é horrível. É como se agora eu não pudesse sair de casa porque tinha medo….” Terrível.

A minha mãe chegou às 19:30 e eu já tinha me descontrolado: “Não chegue perto de mim! Não me abrace! Eu tenho medo que você me abrace!”

Graças a Deus, ela não me atendeu e me abraçou. Foi então que eu percebi que tinha que parar essa coisa da maneira que fosse. Mas eu tinha medo de ir a um psicólogo… para quê? Para que fosse pior?

A última alternativa eram os remédios. Mas eu sabia que não acreditava que aquilo funcionasse. “Sim, claro, você toma um comprimido e tudo passa, né? Se a vida fosse assim de fácil, as pessoas não teriam problemas”.

Pois bem funcionou.

Um dia minha mãe foi a Sabadell, onde eu tinha começado a ir fazia só uma semana com um médico muito famoso que tinha proposto a medicação. Ele deu as receitas à minha mãe e ela veio de táxi correndo para casa.

Eu estava arrasada. Eu a estava esperando lendo um livro para relaxar minha mente. Mas ainda tinha na minha cabeça todos esses pensamentos e cada vez pioravam. Já não tinham sobrado lágrimas.

Eu tomei a medicação adequada e esperei. “Viu? Continuo igual”. Depois de 15 minutos eu continuava lendo o livro e percebi que estava acompanhando a história. Fazia uns minutos já que não tinha pensamentos estranhos. “Não pode ser…” Eu me pus à prova. Comecei a pensar outra vez essas coisas. Não podia acreditar que não tivesse ansiedade…milagre. Não, não aparecia. Inclusive as idéias que eu imaginava começavam a parecer um pouco absurdas.

Incrível, até os 16 anos eu não tinha conseguido ter a mente em paz.

Passei assim uns anos mais e comecei a reduzir a medicação. No início não foi fácil, já que eu não queria a ajuda de psicólogos. Diminuía e tinha que voltar a aumentar. Até um ano atrás. O médico disse para eu tentar ver uma psicóloga que ele recomendava. Só para testar. Uma sessão. Se eu não gostasse não voltava.

Aceitei. E continuo com ela. Consegui reduzir quase toda a medicação, tenho um namorado e temos planos de morar juntos. Com frequência eu vou dormir na casa dele ou na casa de amigos e me sinto como uma pessoa normal. Mas o que significa normal? Eu já era normal, já tinha sido uma criança normal, tinha tido uns problemas psicológicos normais tendo em conta o desenrolar dos fatos. Qualquer um poderia ter passado pela minha situação.

Agora que sou consciente de tudo o que eu vivi, eu reconheço que tenho uma fortaleza que pouca gente tem, mesmo assim eu sinto que roubaram a minha infância.

Sim, é possível que meus pais tenham me afetado. É verdade. Mas eu lhes asseguro que eles também choram quando se dão conta do erro que cometeram. Ninguém nasce sendo pai. Mas sim, estuda-se para ser pediatra. E se um método para dormir pode dar tão errado para algumas crianças, por algum motivo será.

Eu só quero compartilhar a minha história para ajudar a todos esses pais de primeira viagem que não sabem como educar seu filho que tem problemas para dormir. Por favor, dêem-lhe amor. Que ele se sinta protegido. Poderão existir noites em que vocês durmam mal, mas esse é um risco que vocês tinham que ter pensado antes de decidir ter um bebê.

Uma família é aquela que está unida. Que ajuda aquele que pede ajuda. E não sofram, aos poucos a criança vai crescendo e percebe que talvez já é hora de não depender tanto dos pais. Começa a ter vergonha de ir ver seus pais de noite e se sente orgulhoso de SER ELE que decide que é capaz de deixar de pedir ajuda.

Na verdade não é um problema grave, deixe-o dormir uns dez minutos com vocês e depois levem-no de volta à sua cama. Desse pequeno gesto depende a felicidade do seu filho.

Tradução Bel Kock-Allaman